A vitória do FC Porto na Supertaça era uma necessidade. Não era uma opção.
Há vitórias que exaltam e há vitórias que corrompem. Há derrotas que matam e há derrotas que despertam.
Vítor Bruno terá interiorizado que, para um treinador de futebol há dois resultados a que, em finais, ninguém deixará de associar: a vitória e a derrota.
E que nenhuma vitória vem por acaso: as vitórias são fruto de dedicação, esforço, empenho, aplicação e trabalho, muito trabalho.
E que a vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã.
E que não se pode confundir derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso.
E que na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias.
A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores acomodam-se nas vitórias.
E para formar a equipa que, em Aveiro, derrotou o Sporting, Bruno recorreu a jogadores que transitaram da época passada, reforçada com algum “ouro da casa”, tendo deixado no banco muito mais “ouro”.
O jogo começou com o Porto a dominar, mas foi sol de pouca dura. Aos 6 minutos perdia por 1-0; aos 9 minutos, por 2-0 e aos 24 minutos sofria o terceiro golo. Ainda nem meia hora tinha decorrido e já perdia por 3-0!
Nas redes sociais, os habituais críticos anunciavam uma catástrofe: “Era a queda do Império do Ocidente; era a batalha de Alcácer-Quibir; a Espanha vinha com Filipe à frente”.
Aos 27 minutos, Galeno ganha um lance a um defesa contrário, e reduz para 3-1.
Na segunda, o Porto volta ao domínio temporariamente interrompido e, aos 64 minutos, de novo por Galeno e aos 66 por Nico, empatava a partida.
Entretanto, algumas substituições acertadas permitiram acentuar o domínio territorial – substituições que Vítor Bruno reconheceu terem dado certo mas, em declarações após o jogo, avisou que é muito natural que nem sempre venha a acertar…
Veio o prolongamento e, ao minuto 101, Ivan Jaime fazi o 4-3!
O FC Porto conquistava, depois duma extraordinária e difícil recuperação, o primeiro troféu da época.
Difícil, mas que ninguém diga irrepetível!
RMO