Naufrágio no Mar
Leixões 0-1 Tondela
Num final de tarde de uma segunda-feira cinzenta e chuvosa, o Leixões queria contrariar o clima e surpreender vencendo o Tondela, atual líder do campeonato.
A verdade é que os adeptos leixonenses não conhecem o sentimento de vitória desde o dia 20 de dezembro, jornada essa que venceram o Mafra, um dos clubes mais condenados à descida, por duas bolas a uma, ainda com Fangueiro ao leme da Armada do Mar. José Mota assumiu o comando da equipa com o objetivo de lutar pela subida, segundo palavras do presidente da SAD do Leixões, André Castro, mal sabia que ia acontecer exatamente o contrário…
Oito jogos de José Mota, zero vitórias, a arriscar por lutar pela manutenção, novamente, futebol pouco produtivo, jogadores como André André, Rafael Martins ou Ricardo Valente no banco de suplentes, a equipa de Matosinhos recebeu os beirões que, em caso de vitória, subiam para primeiro lugar isolado do campeonato.
O jogo começou de maneira normal, o relógio contava quatro minutos e o Tondela já contava com três aproximações com perigo na baliza de Dani Figueira. Num lance confuso, num erro infantil de Simãozinho, agarrando o jogador auriverde dentro da grande área, cometendo grande penalidade a favor do Tondela, isto tudo com cinco minutos de jogo.
As bancadas despidas no velho Estádio do Mar, insatisfação dos poucos adeptos que estavam a apoiar incondicionalmente a sua equipa, já estavam à espera de algo parecido, começa a ser hábito da equipa de José Mota este início turbulento de jogo.
Uma cara conhecida do mundo da primeira liga portuguesa preparava-se para bater o penálti, trata-se de João Costinha, jogador experiente com uma interessante passagem pelo Vitória Futebol Clube, de Setúbal, nos tempos em que os sadinos estavam na elite do futebol português. Fuzilou as redes, Dani Figueira adivinhou o canto, porém sem quaisquer hipóteses de defesa, seis minutos de jogo e os tondelenses já venciam.
Tem sido habitual o jogo de José Mota, treinador que não vence desde abril de 2024, ainda pelo Farense, o estilo pretendido de um futebol mastigado e muito polivalente, mau na defesa, mau no ataque, o Tondela teve várias ocasiões para ampliar a vantagem ainda na primeira parte, Fabrício Isidoro, jogador que foi um pedido expresso do treinador fez o mais difícil, rematou para a bandeirola de canto. O Leixões só via jogar, perdas de bola recorrentes, oportunidades de contra-ataque anuladas por chutões para a frente, assim foi o jogo até aos sessenta e três minutos, entrada de André André, obrigando o Tondela baixar as linhas, provocando um maior caudal técnico no meio-campo leixonense.
Até à primeira hora de jogo, o Leixões tinha rematado apenas uma vez à baliza de Bernardo Fontes, e mesmo com o recuo da equipa das beiras, mal se jogou no Estádio do Mar, onde o chutão para a frente continuava a ser a escolha dos laterais leixonenses, pouca ação na área adversária, Bica ainda teve um remate do meio da rua que obrigou o guardião forasteiro a empenhar-se, mas nada de novo. Continuavam os protestos para com José Mota, treinador que aos oitenta e três minutos foi expulso por Fábio Melo, árbitro da partida, por palavras pouco ortodoxas proferidas para um elemento de arbitragem.
Sem mais nem menos, nos olhos amargurados dos adeptos presentes, o Leixões perdia mais uma vez, sem sequer tentar mudar algo. Num início de época até que interessante, numa altura que elementos da SAD falavam numa possível subida ao principal escalão, caiu com o tempo, mais uma vez, piorando com a má escolha de José Mota, treinador com uma boa primeira passagem pela turma de Matosinhos, ficando por aí.
RMO
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